Maria Cunitz e a revisão dos cálculos das tabelas de Kepler

Nascida entre 1600 e 1610 em Wohlau na Polônia, filha de Heinrich Cunitz, médico, e Maria Sholtz, autodidata e filha do cientista alemão Anton von Scholtz. Desde cedo Cunitz teve acesso ao conhecimento nas mais diversas áreas, tais como: idiomas, pintura, música, poesia, matemática, medicina e história. Era fluente em  alemão, italiano, francês, polonês, latim, grego e hebraico. Casou-se muito jovem e seu marido faleceu três anos após o casamento, casou-se pela segunda vez com Elie de Loewn, médico e astrônomo amador que a incentivou a desenvolver seus estudos astronômicos. Juntos, eles observaram Vênus em dezembro de 1627 e Júpiter em abril de 1628.

 Em 1650 Maria Cunitz publicou Urania Propitia, que apresentava a sua versão da Tabulae Rudophinae  com algoritmos mais simples e fáceis de calcular que os apresentados por Kepler. O livro foi escrito em alemão, o que o tornou um trabalho acessível fora dos muros da universidade e ajudou a estabelecer o alemão como idioma científico. No final, a precisão de suas órbitas planetárias foi, em muitos casos, melhor do que as oferecidas por Kepler.

Urania Propitia, aperfeiçoou os cálculos de Kepler
Urania Propitia, aperfeiçoou os cálculos de Kepler
Fonte: University of Oklahoma

Urania Propitia ganhou o reconhecimento em toda a Europa e colocou Cunitz em correspondência com outros astrônomos europeus importantes de sua época, como Pierre Gassendi e Johannes Hevelius. Infelizmente, a maioria de suas cartas foi perdida, consumida por um incêndio em Pitschen em 1656. As cartas restantes são mantidas no Österreichische Nationalbibliothek, em Viena.

 Maria Cunitz é atuamente reconhecida como a mulher mais instruída em astronomia desde Hipácia de Alexandria. Em sua homenagem, um asteróide descoberto em 1960 recebeu o nome de Mariacunitia e em 1973, O J.P.L da NASA nomeou uma cratera em vênus de Cratera Cunitz.
Fonte: Smithsonian Magazine

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