A vida e o legado de Srinivasa Ramanujan Parte I
Na história das ciências existem relatos sobre o aparecimento de verdadeiros gênios que por meio de raciocínio criativo; visão futurista ou capacidade abstrativa, produzem verdadeiros legados para a humanidade. Maiores ainda são aqueles que mesmo encontrando inúmeros obstáculos e contrariando expectativas conseguem alcançar aquilo que inicialmente parecia impossível. No entanto o surgimento desses gênios pode ficar oculto por acontecimentos que causaram grandes comoções para a sociedade, a exemplo de guerras, conflitos e crises, porém, o tempo e a história sempre são justos em considerar as grandes contribuições para o desenvolvimento da humanidade. Srinivasa Aiyangar Ramanujan é desses nomes pouco lembrados, responsável por inúmeros e incríveis trabalhos que posteriormente foram utilizados para fundamentar descobertas ainda mais incríveis.
A jornada desse gênio foi repleta de situações incomuns e exigiu a superação de medos, tentativas de demonstrar seu próprio valor e competência as pessoas com quem trabalhava. Muito religioso, atribuía a deusa Namagiri a solução das suas descobertas mais difíceis e ao seu próprio nascimento. Amparado pelo seu enorme conhecimento obteve o apoio de três grandes grandes homens do século XX que o apoiaram, conseguindo elevá-lo a mais alta honraria da sociedade científica britânica, a Royal Society. A época não era propícia ao desenvolvimento de teorias; a ciência e suas descobertas mais proeminentes eram rapidamente direcionadas ao uso militar, mesmo assim, privado de alimentos e acreditando ter sido abandonado por sua prometida esposa, conseguiu desenvolver trabalhos sobre a distribuição dos números primos, frações contínuas e séries divergentes, que culminou com a fórmula de Hardy-Ramanujan-Rademacher, das partições de um inteiro positivo. Foram mais de 30 artigos publicados enquanto membro da Royal Society.
Saudoso de sua terra natal retorna a Madras, na índia, onde continua sua pesquisa e vem a falecer em circunstâncias ainda pouco esclarecidas em 26 de abril de 1920 aos 32 anos, exatamente três dias após suas últimas anotações científicas em um pequeno caderno que guardava consigo. Em 1960 com o desenvolvimento da Teoria das Cordas visando provar que o universo em que vivemos possui mais de três dimensões espaciais imperceptíveis por estarem enroladas em um espaço demasiadamente pequeno com uma característica geométrica peculiar, cujas estruturas pertencem a uma classe de objetos geométricos chamado Manifolds Calabi-Yau. Esses objetos foram primeiramente estudados por Ramanujan, sem no entanto se aprofundar, ao desenvolver trabalhos com curvas elípticas e superfícies K3.Em 2012 em uma conferência na Universidade da Flórida, foram apresentadas validações sobre funções que Srinivasa Ramanujan considerava falsas;
formas modulares que se assemelhavam a funções $\Theta$ ao serem escritas como séries infinitas, mas, não apresentavam a característica de serem supersimétricas.
Noventa e dois anos após sua morte Ramanujan continua a surpreender a comunidade científica, inicialmente cética sobre suas habilidades com a matemática.